GARCIA LORCA
(1898-1936)
Federico García
Lorca nasceu em Fuente Vaqueros, província de Granada, em 5 de junho
de 1898. Após uma infância marcada por graves e consecutivas
enfermidades, estudou direito e literatura, inicialmente em Granada e, a
partir de 1919, em Madri. Nessa época aproximou-se dos grandes nomes
da vanguarda artística espanhola e tornou-se amigo íntimo
de Salvador Dalí, Manuel de Falla, Luis Buñuel e Rafael Alberti.
Poeta
extraordinário,
realizou-se como dramaturgo. Tanto encontramos em sua poesia o dramárico
como, no seu teatro, a poesia se faz presente. A obra de García Lorca
constitui um dos pontos altos da poesia espanhola do século XX, pela
universalidade dos temas, a inspiração popular, os valores
sonoros e a extrema sensibilidade que aflora em cada um de seus versos.
A partir de 1925, passou a colaborar em várias revistas literárias.
Em 1929 esteve em Nova York, como bolsista da Universidade de Colúmbia,
e fez ainda uma viagem a Cuba. Regressou à Espanha no ano seguinte
e, em 1932, fundou e passou a dirigir La Barraca, grupo teatral universitário
que se dedicava à divulgação dos clássicos da
dramaturgia espanhola, levando peças de Lope de Vega, Calderón
de la Barca e Cervantes a platéias de operários e camponeses.
Um ano depois visitou a América Latina (Argentina, Uruguai e Brasil),
onde colheu extraordinário êxito como poeta e, sobretudo, como
dramaturgo e conferencista.
1García Lorca foi um dos maiores autores do teatro poético
do século XX. Seu interesse pela arte dramática manifestou-se
muito precocemente. Já aos 22 anos, em Madri, ele fez encenar El
maleficio de la mariposa (O sortilégio da mariposa), peça
à qual se seguiram Mariana Pineda (1927), La zapatera prodigiosa
(1930), Así que pasen cinco años (1937) e Doña Rosita
la soltera o El lenguaje de las flores (1935). Mas sua plenitude como dramaturgo
só foi alcançada com a trilogia, essencialmente trágica,
formada por "Bodas de sangre" (1933), "Yerma" (1934)
e "La casa de Bernarda Alba" (1936), esta escrita na maior parte
em prosa e talvez sua melhor peça.
Apesar de sempre revelar-se espírito apolítico, García
viu-se envolvido na guerra civil espanhola e foi fuzilado por elementos
franquistas em Víznar, perto de Granada, em 19 de agosto de 1936.
Do seu repertório
o Teatro de Amadores de Pernambuco encenou: "A CASA DE BERNARDA ALBA",
sob direção de Valdemar de Oliveira, obedecendo à tradução
de Maria Rosa Ribeiro e que foi levada à cena no Teatro de Santa
Isabel em 7 de dezembro de 1948, tendo, posteriormente, percorrido, com
sucesso extraordinário, as principais capitais do país. Também
do mesmo autor encenou "BODAS DE SANGUE", tradução
de Cecília Meireles, com direção de Bibi Ferreira,
em 1956, no Teatro de Santa Isabel. Em 3 de março de 1978, no Teatro
de Santa Isabel, também com tradução de Cecília
Meireles, foi encenada "YERMA", com direção de Geninha
da Rosa Borges.