MARTINS PENA
(1815-1848)
Luís Carlos
Martins Pena nasceu em 5 de novembro de 1815, no Rio de Janeiro. Estudou
pintura, escultura e arquitetura e desde muito jovem começou a escrever
comédias. Colaborou na imprensa com artigos sobre espetáculos
líricos e teatrais e ingressou na carreira diplomática em
1847, ano em que seguiu para Londres. É considerado o fundador
da
comédia de costumes no Brasil iniciando sua carreira de dramaturgo
com a peça "Juiz de paz na roça". Cognominado por
João Caetano e Arthur Azevedo como o Molliere brasileiro diz dele
Silvio Romero: "Se se perdessem todas as leis, escritos, memórias
da história brasileira dos primeiros cincoenta anos deste século
XIX e nos ficassem somente as comédias de Martins Penna, era possível
reconstruir por elas a fisionomia moral de toda essa época".
Fundador da comédia de costumes no Brasil, Martins Pena caracterizou
pioneiramente, e com bom humor, as graças e desventuras da sociedade
brasileira. A obra de Martins Pena evolui da sátira em torno dos
tipos e situações de província, como em "O juiz
de paz na roça", "Um sertanejo na corte" e "A
família e a festa da roça" (as três publicadas
em 1842) para um vivo panorama burlesco dos costumes cariocas, como em "O
Judas no sábado de Aleluia" (1844), "O irmão das
almas" (1846), "O diletante" (1846), "Quem casa quer
casa" (1845), "O noviço" (1853), e "Os dois ou
o inglês maquinista" (1871), em que ridiculariza a hipocrisia
profissional ou religiosa, a corrupção e o oportunismo, já
então muito enraizados na vida social brasileira. O dramaturgo realizou
essas obras em diálogos que domina com mestria e que permanecem como
vigoroso testemunho da linguagem coloquial do Brasil do século XIX.
Martins Pena deixou ainda uma novela inédita, O rei do Amazonas.
Morreu em Lisboa, onde se encontrava de passagem, em 7 de dezembro de 1848.
Trechos da Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações
Ltda.
De sua autoria o Teatro
de Amadores de Pernambuco encenou, comemorando o sesquicentenário
do seu nascimento a peça "O Capitão do mato", com
direção de Valdemar de Oliveira em 1965.