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Festa
de Reinauguração do Teatro Valdemar de Oliveira - 20.12.1982
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Reinaldo
- "Vamos reerguer o Teatro".
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Dia
20 de dezembro de 1982. Foi uma noite de festa. Teatro lotado. Somente risos
em todos os rostos. Não importava a idade. Todos estavam visivelmente
felizes. Cada um tinha a certeza de ter contribuído para que aquele momento
acontecesse. E era uma verdade. Em volta deles tudo era espelhando, brilhate,
reluzente, cheirando a novo, ofuscante,
maravilhoso.
"Este acontecimento da noite de hoje, extrapola a força do silêncio.
Há que se contar a história, há que se fazer justiça,
há que se deixar fixada esta lição de tenacidade, de obstinação
e da capacidade que têm os homens de bem, quando se decidem a dar as mãos."
Assim, emocionado, Reinaldo de Oliveira começou o seu longo e detalhado
discurso. Uma espécie de uma prestação de contas. Lembrou
o dia 19 de outubro de 1980, há exatamente 26 meses atrás, há
exatos 792 dias quando o fogo fez mais um teatro sua vítima.
Paulo
Autran - Convidado Especial
para a reinauguração
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É como se Valdemar tivesse morrido outra vez., lembra Reinaldo a frase
de Diná, sua companheira eterna. E afirma: "Era a oportunidade que
ele não pedira, para se mostrar mais vivo ainda. (...) Ainda desta vez,
não tenham duvidas, foi ele quem reconstruiu, pelo que legou de amor
à causa, através de seu estandarte inatacável da vida do
Teatro de Amadores de Pernambuco. Se nenhum apelo deixou de ser atendido é
porque, por trás do pleito, se lia, com clareza a sua origem." A
campanha tem início, Reinaldo reuniu os amigos e comunica: "Tocou
a terceira chamada". Vai começar o maior espetáculo
teatral
de Pernambuco. A reconstrução do Teatro Valdemar de Oliveira".
E a procura dos ingressos começou." Passa a relatar todas as fontes,
todos os apoios recebidos, todas as mãos que ele, no início do
seu discurso, mencionou.. Quantos amigos. Quantos companheiros, daqui e de todas
as partes do Brasil. Um mutirão. Um formigueiro de amigos. E Valdemar
sorrindo, vendo o quanto foi bom ter sido bom. Reinaldo correndo, procurando
soluções práticas. Relata fatos, inusitados momentos, incríveis
conversas, fantásticas soluções. Tira férias para
poder arregaçar as mangas. Adota o lema: "Se não tenho pressa,
corro; se tenho pressa, vôo". E voa, pois sabe que vê mais
longe a gaivota que voa alto. Outros o acompanharam naquele vôo. Tudo
foi solidariedade. Tudo foi confiança. Tudo foi "acredito".
Tudo foi trabalho. Reinaldo foi só luta embora reclamasse: - Acabaram
com o meu bate-bola...Sabia que o começo é sempre a parte mais
difícil de um
trabalho
e fez da partida o motivo de seu maior entusiasmo. Nada de grande jamais foi
conquistado
sem ele. Quando o entusiasmo
se junta à vontade sempre existe um meio de se conquistar mais rapidamente
o desejado. Reinaldo fala dos amigos, dos companheiros, dos inimigos, dos
acordos, das doações, das alegrias, das surpresas, e quando
a alegria o faz chora ouve da mâe: -"Agora, nada de lágrimas.
Lágrimas, só de alegria, no dia da reabertura. Por isso teve
tanto choro naquele dia 20 de dezembro. Choro de alegria. Todos choravam e
riam. Até a boca de cena tinha um sorriso de alegria.
Fernando
de Oliveira