Primeiro
original de autor nacional.
Valdemar de Oliveira e seus companheiros, na difícil missão de escolher uma
obra nacional, que viesse atender aos pedidos de montagem de uma comédia brasileira,
encontraram na "Canção da felicidade" de Oduvaldo Viana, muitas razões para
sua montagem. Pouco conhecida do público, uma montagem fácil e de pouco custo,
aliada a um excelente texto. Referindo a obra assim escreveu no Jornal do
Commercio: "o que há de melhor, nas suas peça são as rubricas - desenho das
personagens, indicação de pormenores de interpretação, descrição de cenários,
tudo escrito por uma pena de velho conhecedor de todos os elementos de agrado
de um espetáculo de comédia".
Elenco:
Augusto Almeida | Moisés |
Adhelmar de Oliveira | Ulisses |
Valdemar de Oliveira | Rubens |
Edith Glasner | Helena |
Geninha Sá | Catarina |
Alfredo de Oliveira | Afonso |
Diná de Oliveira | Isabel |
Gérson Vieira* | Garçon |
Lise Tavares* | Isabelinha |
Maria de Lurdes de Oliveira* | Carmela |
Alberto Moura* | Pedro Paulo |
* Estreantes no Teatro de Amadores de Pernambuco |
Entidade
beneficiada: Legião Brasileira de Assistência(LBA)
Auxílios recebidos: Pernambuco Tramways que colocou bondes para
todas as linhas, ao encerrar o espetáculo.
Nota:
Primeiro texto de autor nacional.
O espetáculo foi em homenagem ao Interventor Agamenon Magalhães, em benefício
da Legião Brasileira de Assistência
Alguns trechos de Críticas:
"Somente agora tive o ensejo de assistir à CANÇÃO DA FELICIDADE,
pelo Teatro de Amadores. Há uma coisa que faz logo ressaltar a importância
desse Teatro de Amadores: enquanto os clubes que mercantilizam o desporto
alugam os profissionais refugos nas praças do sul, organiza-se, no Recife,
um conjunto de amadores para elevação da arte cênica e esse grupo, que
não é pago para trabalhar, representa as peças tão bem como as companhias
profissionais que aqui chegam com grandes cartazes. Dir-se-ia que os espetáculos
são pagos. Sim. Mas o dinheiro que entra pela bilheteria é empregado inteiramente
em obras sociais, sem que vá, um só centavo para o bolso dos que os promovem
ou dos que neles tomam parte, enquanto, ao contrário, é bem conhecido
o destino do dinheiro que se paga no portão dum desses campos em que o
homem vai apenas mostrar habilidades de pontapés ou que é capaz de matar
outro com um murro, como recentemente aconteceu....Sei que o Teatro de
Amadores está fora da época. E por isso mesmo que constitui a reação do
idealismo ao utilitarismo, da virtude contra o vício, dos bons sentimentos
contra as práticas reprováveis - escola de cultura num período em que
o nível intelectual do Recife vai baixando à proporção em que sobe o nível
dos instintos que a educação não pode polir - por isso mesmo é que, como
toda iniciativa que vise a elevar espiritualmente a minha terra, conta
com o meu estímulo, que tem o mesmo valor de provocar a danação dos que
trabalham contra ela".
Do crítico teatral MARIO MELO, no Jornal do Commercio, sob o título
" Iniciativas que orgulham".